Hoje durante a sessão extraordinária da Câmara Municipal de Araguari,o vereador Wesley Lucas durante seu pronunciamento a respeito do projeto que autorizou o executivo a contratar empréstimo na ordem de R$ 37.000.000,00 milhões de reais, propôs ao presidente da casa a criação de uma Comissão Especial para fiscalizar todas as etapas referentes a execução das obras de construção da Estação de Tratamento de Esgoto, inclusive na fase da licitação.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
"ele pensava que era DEUS, agora deve ter certeza"
Hoje durante a última sessão do ano de 2013 da Câmara Municipal de Araguari, o vereador Rafael Guedes fez duras críticas ao modo como o Superintendente da SAE José Flávio de Lima se relaciona com os membros do legislativo, de acordo com o vereador das vezes em que esteve na SAE foi muito mal atendido pelo superintendente, o que fez com ele se afastasse da SAE durante o ano de 2013, mas prometeu que apesar da prepotência do superintendente, no ano de 2014 visitará a SAE semanalmente para fiscalizar a execução dos serviços.
Sobre a votação referente ao empréstimo para construção da ETE, o vereador Rafael Guedes disse que votou favorável por considerar a ETE uma obra de extrema importância para a cidade, e ao final complementou a sua fala dizendo que " ele pensava que era DEUS, agora com recursos da ordem de 37 milhões para gerir, deve ter certeza", se referindo ao superintendente da SAE que será responsável pela execução da obra.
domingo, 29 de dezembro de 2013
NO REINO DA BICHARADA – O GAVIÃO OPORTUNISTA
NO
REINO DA BICHARADA – O GAVIÃO OPORTUNISTA
No reino da bicharada comandado pelo Elefante, mora também
um bicho bastante conhecido que, através de diversos expedientes manhosos,
acabou por ganhar seu lugar na corte. Hoje, desfrutando de prestígio e força, é
conhecido como Gavião Oportunista.
Criado pelo ancestral do Elefante e, mantido por muito tempo
pelo Papagaio, já que nunca trabalhou, foi levado pelo Elefante, o atual rei da
floresta, para fazer parte dos bichos aboletados na administração da corte.
No começo, despojado de competência para ocupar cargo de
relevância, foi esquecido na plataforma do palácio, onde passava o dia voando,
prá lá e prá cá, fazendo confusão, fofocas, levando, trazendo recados e dando
bicadinhas em rações alheias.
Esperto, bajulador e malandro, sentindo que os outros bichos
que realmente tinham força na administração do reino, estavam mais preocupados
em se arrumar do que trabalhar, foi ocupando espaços, destilando um veneno
aqui, outro ali, até se tornar na atualidade, o principal conselheiro do Elefante,
que, como reconhecimento, lhe deu um cargo importante na sua anti-sala.
Na sua nova função, entre outras ocupações, está incluído o
controle dos bichos responsáveis por fazer as regras a serem cumpridas pelos
moradores da floresta.
Assim, toda semana ele abandona temporariamente a companhia
do Elefante e voa para a casa destes bichos para acompanhar as reuniões que
acontecem todas as terças feiras.
Ali ele guincha grosso e, de bajulador passa a ser bajulado.
Circula livremente no meio da reunião, força sua paralisação
quando bem entende e, quando alguns bichos se mostram rebeldes, exibe com
orgulho a força do seu enorme bico.
Faz cara feia, afaga, esbraveja, ameaça com chantagem e
cobra fidelidade.
No final sempre consegue que as regras sejam aprovadas ao
gosto do Elefante, mesmo nos casos em que a proposta não coincide com os
interesses dos bichos da floresta.
Para manter em alta seu prestígio, nunca deixa que outros
bichos conversem com o Elefante sem que ele esteja por perto.
Sempre presente, não perde oportunidade para meter seu
afiado bico na conversa, mesmo quando nada entende do assunto que está sendo
tratado, o que quase sempre acontece.
Sua função é também fazer contato com os órgãos de divulgação
da floresta. Na falta de algo proveitoso a ser divulgado, especializou-se em
plantar noticias ufanistas sobre o Elefante, quase sempre tratando de grandes
realizações e milagres administrativos, que nunca acontecem. Anunciou a
construção de um grande viaduto, hoje não se fala mais nisto. Está anunciando a
liberação de recursos para a construção de uma grande estação de esgotos, mas
nunca informa quando isto vai acontecer. Anunciou festivamente a duplicação de
um trecho de estrada, o que ainda continua apenas no campo das promessas. E por
aí vai.
Para que o Elefante se mantenha convencido de que seu
reinado é um sucesso, o Gavião faz com que seus subordinados comentem ter
presenciado, em diversos pontos da floresta, grandes elogios a ele e a sua
corte, que todos os bichos estão satisfeitos, e que a floresta está em amplo
desenvolvimento e logo vai ficar maior do que a existente do outro lado do rio.
E o Elefante, na sua simplicidade e indolência, fica todo
orgulhoso das trapalhadas que anda aprontando, acredita em tudo e segue sendo
tapeado pelo seu conselheiro, o qual considera o melhor e o mais competente do
mundo.
A realidade é bem outra e todos os bichos daqui sabem, mas
pelo jeito o Gavião Oportunista somente será desmascarado daqui a três anos,
quando o Elefante terá que tentar renovar o seu título de rei, isto se ele
chegar até lá.
Mas, o mais provável é que, quando isto acontecer, o Gavião Oportunista,
malandro e esperto, já terá batido asas em busca de outro simplório inocente,
que possa também ser tapeado e iludido impunemente.
O
tempo dirá, pois o gavião é, por índole, um bicho falso e traiçoeiro.
Dejair
F. Lima
Advogado e jornalista
As matérias assinadas pelos nossos colaboradores não, necessariamente, refletem a nossa opinião.
Corrupção mata!
Muitos escândalos envolvendo corrupção têm surgido. Com
eles, o pleito de elevação de pena e endurecimento na execução das punições. É
importante que se saiba que, comparativamente, o Brasil não tem uma legislação
branda com relação à matéria. Talvez não seja de novas leis que careçamos.
Parte do enfrentamento do problema passa por um exercício de alteridade, de
colocar-se no lugar do outro.
Todos têm algum tipo de condescendência. Já ouvi pessoas
muito respeitáveis dizerem que a corrupção é inerente ao ser humano e que, na
verdade, somente se negocia o que é menos importante. Por esse raciocínio, a
corrupção não ocorreria em situações sérias.
Assim, pagar por um alvará de funcionamento, ou por um laudo
referente a uma infração leve, pode parecer algo banal. No entanto, aquilo que
é sério para Pedro, não é para Paulo.
Penso que o melhor caminho para solucionar a situação
calamitosa em que nos encontramos seria estimular agentes públicos e privados a
pensarem nos seres que mais amam sempre que forem convidados à corrupção, seja
pagando, seja recebendo.
Explico: o funcionário público que vai receber para, por
exemplo, favorecer um investigado, ou acusado, em crime sem violência, deve
pensar que, futuramente, um seu colega pode também receber em caso que envolva
seu filho como vítima.
Igualmente, um empresário que decide pagar pela emissão de
um laudo ou certidão deverá pensar que o proprietário da escolinha frequentada
por sua pequena filha provavelmente achará razoável (e pouco sério) comprar os
alvarás necessários ao funcionamento.
Sempre lembro o depoimento de um policial que, depois de
apreender um caminhão de drogas, negou-se a receber propina para liberar os
envolvidos e a carga. Ele poderia ter ficado rico, mas pensou na filha e em
como se sentiria se ela fosse vitimada pelas drogas ao chegar à adolescência.
Pena nenhuma tem maior força que essa reflexão.
Os acidentes existem. Mas não há como deixar de reconhecer
que a corrupção está diretamente relacionada aos prédios que desabam, aos
estabelecimentos que queimam, às instituições que funcionam sem equipe técnica
adequada.
Essas observações não têm finalidade penal, ou seja, não se
está advogando que corrompidos e corruptores sejam punidos por homicídios, em
uma ginástica interpretativa que coloca em risco o Estado democrático de
Direito. Está-se apenas convidando cada indivíduo a pensar que os escombros e o
fogo podem atingir seu pai, seu melhor amigo, ou o amor de sua vida.
Estamos igualmente instando as autoridades a refletirem
muito antes de criarem normas impossíveis de serem cumpridas, deixando portas
escancaradas ao arbítrio e, por conseguinte, à corrupção. O sujeito que busca
agir corretamente e acaba autuado com fulcro em regras risíveis se sente
legitimado a jogar a toalha e procurar se dar bem.
Normas claras, feitas realmente para serem observadas,
fiscalização séria e alteridade ajudam a prevenir a corrupção e os males que
lhe são inerentes. Se nada disso adiantar, entra o Direito Penal, com pena
privativa de liberdade. Condenações recentes podem até fomentar a mudança de
comportamento, mas a convicção de que renovar é necessário funciona muito
melhor do que o medo. 2014 pode ser diferente.
JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL, 39, é advogada e professora
livre-docente de direito penal na USP
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